"As pessoas apaixonadas trazem no olhar um permanente e cativante brilho nos olhos. Um atleta com essa intensidade no olhar revela a paixão por aquilo que faz, pelo esporte que pratica. E essa paixão (…) é um ingrediente fundamental para o sucesso.
O filho de um amigo meu foi enviado a treinar numa grande academia de tênis dos Estados Unidos, a escola do (…) Nick Bollettieri, professor de Andre Agassi e Pete Sampras, entre outros campeões, um guru dos grandes tenistas. São raras as ocasiões nas quais Nick orienta pessoalmente os alunos, mas um dia o filho desse meu amigo teve e sorte de fazer um treino com ele. Depois da pratica, o mestre disse aos instrutores directos do menino: “Ele precisa de ser mais exigido em tais e tais pontos, deve melhorar tal recurso e corrigir determinadas falhas.” E complementando a análise técnica: “Mas gostei muito dele porque tem intenso brilho no olhar”
Esse olhar brilhante de paixão pressupõe comprometimento. (…) Quando você se apaixona por um esporte, compromete-se de modo firme e intenso com os treinamentos, os companheiros, as responsabilidades da actividade. Isso transparece no olhar.
(…)
Sem paixão, ou seja, sem dedicação de corpo e alma, não se realiza com sucesso actividade alguma. Fazer com intensidade máxima deve ser o lema, o propósito, o pilar sobre o qual construir uma carreira. Se você não tiver paixão, não vai conseguir, por mais talento que tenha, os resultados que pretende ou que esperam de você. A paixão dá origem ao sonho. Quem se apaixona pelo esporte quer ser campeão, quer ser da Seleção Brasileira, quer ser recordista mundial.
Mas é importante que esse sonho seja o seu sonho, oriundo da sua paixão, e não a tentativa de realizar o sonho de outros.
É a paixão que vence as provações, as decepções, as desilusões, os sacrifícios.”
Bernardinho, Cartas a um jovem atleta. Rio de Janeiro, ed. Campus/Elsevier, 2007
ISBN – 978-85-352-2071-1
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